Os chás são uma prática milenar, conhecida como plantas medicinais, pela sua riqueza em compostos fenólicos, conferindo propriedades, calmantes, excitatórias, diuréticas, expetorantes, digestivas entre outras.
Cada vez mais existem pessoas com má digestibilidade, e isso poderá estar relacionado ao tipo de alimentos presente na alimentação e a forma como nos alimentamos (se estamos calmos ou stressados).
Alguns sintomas são característicos para quem não faz uma boa digestão, como a flatulência, distensão abdominal, obstipação, náuseas, azia, dores abdominais e saciedade precoce.
Existem vários tipos de condutas para modular a digestibilidade, no entanto, os chás têm tido um grande papel fundamental nestas condutas, como é o caso do chá de gengibre, alecrim e menta.
O Gengibre ou Zingiber officinale é um alimento que possui uma composição excelente contendo compostos fenólicos, esteróides, flavonóides, triterpenóides, glicosídeos, taninos, saponinas, proteínas, hidratos de carbono, aminoácidos e proteínas. Este chá é utilizado não só para tratar a má digestão, mas também para náuseas, vómitos, sangramento nasal, reumatismo, tosse, cólera, diarreia e dor de estômago. A literatura ainda comenta que esses componentes possuem propriedades como analgésico, anti-helmíntico, antiartrítico, anticâncer, antidiabético, anti-hipertensivo, antimicrobiano e antioxidante.
O alecrim (rosmarinus officinalis L.) é uma erva rica em minerais, compostos fenólicos tais como cálcio, magnésio, fósforo, potássio, sódio, flavonóides, ácidos fenólicos, terpenos fenólicos, glicosídeos fenólicos e lignanos. Este chá é muito utilizado para reduzir sintomas de azia e flatulência, como também ajuda no processo digestivo minimizando o quadro de má digestão. Possui poder anti-inflamatório e antibacteriano, auxilia no stress e melhora as funções cognitivas. Estudos apontam que o alecrim contém efeitos significativos em relação à melhoria da circulação do couro cabeludo e do crescimento capilar.
A menta (mentha piperita) é uma erva rica em flavonoides, hidratos de carbono, alcaloides, fenoís, cumarina, saponinas, esteroides, óleos essenciais (mentol, mentona, pulegona, mentofurano), azulenos, coleno, carotenos e taninos. Este chá é indicado para a indigestão, diarreia, hiperacidez, anemia, enjoo matinal, mau hálito, problemas nas gengivas, síndrome do intestino irritável, tuberculose, bronquite, eczema, doença de Chron, colite, vesícula biliar e queixas hepáticas
A alimentação recomendada para os pacientes com má digestão, deverá conter alimentos de fácil digestibilidade, que não sejam irritantes estomacais e não aumentem a produção de gases, pelo que deverá ser evitado os industrializados, embutidos, algumas leguminosas como o feijão, alimentos fonte de gorduras saturadas, hortaliças e ovos. A não ou menor ingestão de líquidos durante as refeições deverá estar em conta, para que não contenha um grande volume de alimentos no estômago, que poderão levar à alteração do período de digestão e aumentar os sintomas indesejáveis.
Referências:
Poddar, S., Sarkar, T., Choudhury, S., Chatterjee, S., & Ghosh, P. (2020). Indian traditional medicinal plants: A concise review. International Journal of Botany Studies, 5(5), 174-190.